quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

3 semanas

Nossa 3 semanas já se passaram, e o que eu tenho a dizer é: Sobrevivemos.

De uma maneira geral as duas primeiras semanas foram tipo lua de mel. Eu estava numa vibe ótima, feliz, paciente... o Marvin mamava e dormia no moisés ou na cadeirinha dele.... a Lara estava manhosa, birrenta e sem comer.... e o maridão como sempre deboas! A única coisa que tava pegando mesmo era a amamentação porque os bicos dos meus seios estavam raxados e doendo muito mesmo. Mas, eu sabia que era uma questão de tempo, até eles se acostumarem com a boquinha do Marvin faminto.

A terceira semana já foi o caos. Por causa do recesso de Natal/Reveillon a creche da Lara fechou, então ela passou a semana inteira conosco. Não sei o que houve aqui dentro de mim que eu já não estava mais tão zen, paciente e positiva.... comecei a me desesperar com a bagunça da casa, os choros e birras da Lara... pra dificultar o Marvin começou a sentir incômodos abdominais normais nessa fase e só quer ficar no colo, se coloco ele na cadeirinha ele berra....o maridão também já não estava mais todo deboas como de costume.... ou seja, passamos essa ultima semana em meio ao caos, exaustos e as vezes até desesperados (digo por mim).
Teve dias que chorei horrores... teve dias que conseguimos dar risada das coisas... cada dia um dia.
Aqui acho interessante falar do puerpério... esse período pós parto que geralmente dura entre 6 e 8 semanas.... isso é real, nosso corpo está passando por mil transformações... vale a pena ler essa matéria:

http://seasmaessoubessem.com.br/2015/08/24/7-coisas-normais-durante-o-puerperio/

Como diz na matéria, as vezes eu paro e me da um desespero do tipo: O que que eu fiz? E agora? Não vou dar conta e bla bla bla.... mas, ae logo que eu olho pra carinha dos meus filhos tudo muda... e depois, volta tudo de novo..... eita fase difícil essa de hormônios.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O difícil do segundo é o primeiro

Esse post eu também tinha escrito, mas não publiquei, por isso as datas não condizem... mas, vale a pena.


Hoje fazem 10 dias que o Marvin nasceu e de uma forma geral está tudo correndo muito bem, ele é um bebê muito tranquilo e só mama (a cada 2 horas e as vezes menos) e dorme.
A dificuldade aqui está sendo a Lara. Antes mesmo do Marvin nascer ela entrou numa fase muito manhosa. Do nada parou de comer, começou a recusar comidas que ela sempre comeu como feijão, brócolis, grão de bico, lentilha... até macarrão e arroz. Começou a fazer manha e birra pra tudo. Tudo ela chora, não quer mais saber de esperar.... enfim... ô fase complicada.
Com a chegada do irmão, nada mudou... ela continua manhosa, birrenta e sem comer. Então sinceramente não sei dizer se isso tudo é somente por causa das mudanças na casa, é lógico que a chegada de um recém nascido que não sai do peito da mãe mexe com qualquer criança, e por isso temos tentado ser compreensíveis com ela, mas a questão é que ela começou com isso tudo antes mesmo do irmão chegar. Então preferimos achar que é uma fase e que logo logo vai passar.

Tem dias que são de sol.... sua paciência está elevada e você consegue suportar todos os gritos e choradeiras. Mas, tem dias que além de exausta você ainda está numa luta interna incessante com esses tais hormônios que te deixam maluca. E nesses dias, eu só rezo, peço sabedoria a Deus e peço também pra que o dia passe rápido e que na próxima manhã o sol volte a raiar.

Uma saída que encontramos nesse começo foi mandar a Lara 3 dias pra creche, porque normalmente ela vai só 2 dias por semana, porque é bom tanto pra ela quanto pra nós. Lá ela brinca, interage com outras crianças, aprende e dizem as professoras que ela come bem... e aqui a gente pode ter um pouquinho de paz, dar uma ajeitada melhor na casa e tentar descansar no tempinho que resta.
Quando eu digo termos paz é porque a sensação que eu tenho é que a Lara está em "guerra" com a gente, é o tempo todo gritando, chorando, brigando.... sério.... eu tenho a sensação de estar numa casa de loucos, não tem sido nada fácil lidar com esse comportamento dela, e eu acabo estourando... mas, não quero ficar dando broncas, porque eu tenho estado meio ausente pra ela, então se eu não brinco, não cuido e só brigo, ae acho que afastarei ela de vez nesse momento. Então tem sido bem complicado.... não sabemos o que fazer... e claro, como todos os pais do mundo, queremos sempre fazer o nosso melhor.

Paciência e foco no VAI PASSAR.

Sobrevivemos a primeira semana

Esse post eu tinha escrito, mas não tinha publicado, por isso as datas não batem com a publicação.


Uau, 1 semana já se passou.... aliás, vôo.

De uma maneira geral, a primeira semana foi ok, já ouvi pessoas reclamando mais e graças a Deus conosco foi até certo ponto tranquilo.

Perrengues:

Como vocês sabem o leite materno demora alguns dias para descer, então o meu pequeno esfomeado mamava a cada 45 minutos, o que me deixou exausta e com os bicos dos seios rachados e doendo muito. Eu tinha me esquecido como era passar as madrugadas em claro assim e também de como era dolorido amamentar nesse começo, até o peito acostumar.
Outra coisa que eu não sabia.... nesse começo quando amamentamos sentimos uma colicazinha, que é o utero voltando pro seu tamanho original e lugar, com a Lara era bem tranquila essa dorzinha, mas dessa vez doía que nem contração de início de parto (contrações leves), porém fortes, chegava a me tirar do sério... fui dar um Google e realmente, no segundo parto essa dor se intensifica e essas cólicas são chamadas de Dor do Parto ... perguntei pra enfermeira que veio ver o Marvin alguns dias depois e ela me confirmou que sim, são doloridas mesmo. Ainda bem que depois de uns 5, 7 dias sumiu.

Troca de fraldas de menino.... meu Deus, minhas amigas me falavam que eles fazem cocô o tempo todo e que fazem xixi toda vez que você está trocando a fralda e molha tudo, e que tem que trocar de roupa mil vezes etc.... eu achava que elas estavam exagerando.... mas não, elas estavam falando exatamente como acontece. Com a Lara isso nunca acontecia, ela fazia cocô algumas vezes ao dia só, e não a cada mamada como o Marvin, e ela também raramente fazia xixi durante a troca de fraldas.... então eu e meu marido apanhamos bastante nesse ponto. A saída foi colocar um lenço de papel no pipiu dele durante a troca de fralda e ficar de olho... estamos ficando craques.

Antes mesmo do Marvin nascer a Lara entrou numa fase bem complicadinha... de repente parou de comer várias comidas que ela sempre comeu, na verdade chegou a ficar alguns dias sem comer comida nenhuma, só aceitava pão, frutas e biscoitos. E também começou a dar birras por tudo e qualquer coisa. Com a chegada do Marvin nada mudou, ela continuou nessa fase negra... o que tem deixado a gente mega exausto.
O jeito que achamos mais funcional nesse começo foi eu ficar por conta do Marvin e o marido por conta da Lara, até porque eu não posso pegar ela no colo por causa do pós parto. Então o meu marido faz tudo com ela, desde as refeições, ao banho, colocar pra dormir, brincar, passear, dar broncas etc. Coitado, nunca vi ele tão cansado em toda a minha vida... eu olho pra cara dele e morro de dó. Ele nunca reclama, tá sempre de bom humor e não me deixa fazer nada, quer fazer comida, arrumar a casa, tudo sozinho.... mas, eu não consigo, e fazemos essa parte prática da casa juntos.
A noite ele dorme praticamente direto, porque a Lara já dorme a noite toda. Eu fico acordando pra dar de mamá e trocar fraldas e de manhã a Lara acorda as 06:00, ele levanta e vai pra sala com ela e eu consigo dormir até umas 08:30, o que pra mim já ta suficiente pra me sentir bem.

Com toda essa divisão de tarefas, a Lara está muito próxima do pai, não larga dele um segundo, e quando me sobra um tempinho ela me rejeita um pouco, reluta pra ir no meu colo, e da birra as vezes. Mas, aos pouquinhos nós iremos nos ajeitar.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Hoje eu chorei

Hoje, 17 dias depois do nascimento do Marvin, eu chorei.
Chorei pouco, mas queria ter chorado muito mais.
Chorei de desespero, vontade de largar tudo e sumir,
chorei por me sentir exausta, sobrecarregada e insubstituível.
Chorei de pânico ao ver os meus vizinhos solteirões tomando uma cerveja na sacada enquanto eu lavava as louças pela terceira vez no dia com a minha camiseta molhada e fedendo azedo do leite golfado.
Chorei desesperadamente ao ver a zona que minha casa é, mesmo eu e meu marido nos multiplicando pra manter organizado.
Chorei porque há dois dias meu bebê não quer sair do colo, quer mamar de hora em hora e se eu coloco ele em qualquer outro lugar ele chora desesperadamente.
Chorei porque amamentar ainda dói um pouco, cansa muito e me faz escrava de um serzinho de menos de 50cm.
Chorei de frustração por querer loucamente um chocolate, mas não poder comer porque o bebê está sofrendo com dores abdominais e preciso cortar alguns alimentos para testar se estão causando isso.
Chorei ao perceber que já são 9 horas da noite e eu não faço a mínima ideia do que vamos jantar, porque não tivemos tempo sequer de comprar alguma coisa... e de novo vamos comer pizza sendo que na teoria eu preciso me alimentar bem para poder amamentar.
Alimentar bem? Oi?
Chorei porque me sinto vítima todas as vezes que penso que se minha mãe estivesse aqui tudo seria diferente.
Chorei porque por vários minutos eu queria devolver tudo isso pro Papai Noel e voltar a ser apenas eu de novo.
E depois chorei de culpa por todos esses sentimentos pequenos, por me sentir fraca, indigna de qualquer tipo de amor e por ser a pior mãe do mundo.

Hoje eu chorei, mas, chorei pouco.... queria ter chorado muito mais.

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Apresentando os irmãos

Antes do Marvin nascer eu tinha planejado de levar a Lara no hospital para conhecer o irmão, mas depois que eu já estava ali, decidimos esperar chegarmos em casa pra que os dois pudessem se conhecer.
Fiquei imaginando que pra ela seria muito difícil ir ao hospital, me ver com um neném diferente nos braços e depois ter que ir embora sem mim.

Aqui se o seu parto for normal e estiver tudo bem, você pode ir pra casa até no mesmo dia, mas eu acabei indo embora no dia seguinte logo pela manhã.
Assim que recebemos alta fomos para casa, pedi pra minha amiga que cuidava da Lara ficar com ela mais um pouco, para que pudéssemos dormir depois do almoço. Por volta das 16:30 minha amiga chegou em casa com a Lara e nós apresentamos o Neném pra ela.

Acho que imagens falam mais do que mil palavras...

VIDEO

Como ela tem apenas 1 ano e 6 meses, ainda não entende o que está acontecendo, o que é muito bom, porque se ela não entende fica mais fácil de se acostumar.
Aqui em casa nós não usamos nunca a palavra ciúmes, nós acreditamos que esse sentimento não existe em nossas vidas. Eu e minha irmã também somos de uma idade bem próxima (1 ano e 10 meses) e nunca escutei a palavra ciúmes na vida, meus pais sempre direcionaram nossos pensamentos e ações para coisas boas, sentimentos nobres de se ter um irmão, de dividir, saber esperar, compartilhar... tudo isso é multiplicar e não subtrair. E assim, vamos criar nossos filhos. Estamos abertos e ligados ao estranhamento da Lara e ao carinho e atenção extra que ela talvez demande nesse começo, e é isso, nada além disso, readaptações, tanto da parte dela quanto da nossa, um novo ser chegou no nosso lar e precisamos nos reajustar.

O parto do segundo

Todo mundo sempre me falou que se o parto da Lara tinha sido tranquilo o do Marvin então seria mais ainda.
Então eu me apeguei nessa "máxima" e fiquei atraindo um parto ainda mais Gisele Bundchen pra mim. (depois eu explico o parto Gisele, mas resumindo... eu vi umas entrevistas dela na época em que ela deu a luz, e ela falava de uma forma muito poética sobre o parto, as dores e contrações.. então resolvi que queria um parto tão poético quanto o dela e por isso ficava falando e mentalizando que eu teria um parto Gisele).

Voltando....

O parto do Marvin foi inacreditavelmente rápido. Comecei a ter contrações leves de 10 em 10 minutos na sexta-feira dia 09/12/16 as 03:00 da manhã. As 06:00 elas já foram ficando mais intensas, mas nada tão ruim. As 08:30 deixamos a Lara na casa de uma amiga e voltamos pra casa. As 10:30 minha bolsa estourou. As 11:00 chegamos no hospital, ninguém me deu moral, porque eu estava com a cara muito tranquila, então as enfermeiras acharam que eu ia demorar ainda (e pra ser sincera, até eu achava que iria demorar muitas horas ainda).

Indo para o Hospital

Depois das 11:30 as dores foram ficando muito intensas e as contrações vinham a cada 3, 4 minutos. Fui pro chuveiro com a bola de pilates e isso foi me ajudando...... Depois de mais de 1 hora no chuveiro eu fui ficando fraca por causa da agua quente então resolvi sair e ficar zanzando pelo quarto.



Aqui eu já estava naquele ponto em que nenhuma posição alivia, nada ajuda.... enfim... eu sabia se estava tão mega ultra insuportável assim é porque o Marvin estava bem próximo de chegar.
Pedi qualquer analgesia desesperadamente, porque até então eu não tinha tomado nada. Mas, as enfermeiras/parteiras que chamamos de Midwife aqui e o meu marido ficaram me incentivando a não tomar nada, que eu estava fazendo um ótimo trabalho etc... e assim fui ganhando força pra continuar.... por volta de 13:30 me deu aquela vontade de empurrar (a mesma vontade de fazer número 2). E as 13:47 o Marvin nasceu! Lindo, quentinho.... que emoção mais maravilhosa desse mundo meu Deus. Receber um filho perfeito, cheio de saúde ali nos meus braços!







Dar a luz, seja de que forma for... é uma experiência única e deliciosa... toda vez que me lembro daquele momento dele vindo pros meus braços eu me emociono.

domingo, 18 de dezembro de 2016

A hora de ir pro Hospital

Acordei as 3h da manhã da sexta-feira 09/12 com contrações de 10 em 10 minutos.... Já sabia que em breve teríamos mais um bebê nos braços.
Lara acordou as 6h como de costume, eu já havia avisado o marido pra não ir trabalhar. Tomamos nosso café da manhã tranquilos, eu terminei de arrumar as coisinhas da Lara e liguei pra minha amiga que cuidaria dela pra mim. Tudo pronto.



Resolvi ir com o meu marido e assim que deixamos a Lara lá e entramos no carro, eu comecei a chorar... meu coração estava super apertado, eu não sei explicar exatamente o por que. Não foi porque eu estava a deixando na casa de uma amiga.... dessa vez era diferente, eu estava deixando a minha pequena ali pra poder dar a luz ao seu irmãozinho... na próxima vez que eu a visse eu já teria o Marvin nos braços, já teria passado por mais um parto.... seria mãe de novo, muita coisa seria diferente... será que tudo isso ia ser bom? ruim? difícil? Será que eu estava preparada? ....e todos esses sentimentos foram tomando conta de mim.... e eu não me aguentei, chorei que nem criança.

Mas, foi bom chorar, porque logo recuperei minhas forças e minha positividade, sabia que o dia seria longo e que agora esse era o meu momento, hora de me concentrar no meu corpo, no meu equilíbrio e na minha respiração para parir mais uma vez!

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

E eu agora?

Meu nome é Flavia Amorim, tenho 30 anos, sou brasileira, mas moro na Austrália desde 2013.
Em Maio de 2015 me tornei mãe da Lara e em Dezembro de 2016 (há 5 dias atrás) o Marvin veio ao mundo.

E agora, véspera de Natal... com aquele sentimento melancólico/refletivo que nos acompanha nesse período eu resolvi criar um blog.

Mas, por que um blog?

Sei lá, necessidade de escrever, de compartilhar minhas experiências, me conectar com o mundo (porque quando somos mãe, principalmente de recém nascidos, e ficamos em casa praticamente o dia todo, qualquer contato com o mundo exterior nos liberta).... talvez porque minha cabeça é péssima para guardar alguns fatos, e assim é uma forma de eu eternizar todos esses loucos momentos da maternidade e quando alguma amiga me perguntar como foi que eu fiz na época, ou me pedir dicas, eu simplesmente posso mandar o link pra elas e ajudar.... não sei.
Só sei que não sou nenhuma expert em nada, nunca estudei sobre a maternidade, ou nutrição, ou cuidados com bebês.... não tenho embasamentos científicos em nenhuma das minhas ações, eu simplesmente sou uma mulher comum, que virou mãe e que aprende com o dia a dia.

Enfim.... não sei se um dia esse blog dará certo, se ele receberá alguma visita ou seguidores... se sim, peço que quem se identificar, seja muito bem vindo, mas quem não se identificar com o meu jeito de ser mãe, simplesmente não precisa ler o meu blog e por favor, não precisa vir com comentários de julgamento e ofensas.... precisamos de mais amor, a maternidade já é complicada demais pra vir uma mãe e julgar aquilo que a outra faz diferente. Se existisse uma única receita de sucesso.... mas não, estamos longe disso.... cada uma se vira como pode, mas sempre com uma única intensão: fazer o melhor para os nossos filhos.